Obra produzida inicialmente em 1998 e publicada em 2001, teve em 2009, sua segunda edição revisada e acrescida de novo preâmbulo e caderno de imagens.
Os depoimentos de personalidades sobre os vinte anos de atividades da Escola Livre de Sociologia e Política – ELSP indica o objetivo de constituir um quadro de agentes capazes de influir na história do País, apresentando ao século XXI um grupo de pessoas e suas aventuras em um tempo conturbado pela Pós-revolução de trinta e dois e a Pré-revolução de sessenta e quatro.
A iniciativa da criação de uma Escola Livre de Sociologia e Política é o resultado do desdobramento parcial da Fundação IDORT - Instituto de Organização Racional do Trabalho, articulada pelo industrial Roberto Simonsen juntamente com instituições e pessoas destacadas de outras áreas. Tornou-se um centro formador de sociólogos com realização de pesquisas que buscavam a superação de problemas sociais.
Os criadores da FESSP eram dirigentes de instituições de ensino de São Paulo. A ELSP foi iniciativa de intelectuais, profissionais liberais, empresários e suas atividades uniram o conhecimento das áreas da engenharia, direito, educação, sociologia, economia, administração, biologia, estatística e o esforço conjunto de outras instituições. A Sociologia aplicada foi concebida como uma instituição e revolucionou o modo de reflexão nas Ciências Sociais Brasileiras
Nos vinte anos de atividades, a ELSP formou cidadãos renomados, como Darcy Ribeiro, Sociólogo e Antropólogo, etnólogo do Serviço de Proteção ao índio. Criou o Museu do Índio e o Parque indígena do Xingu. Em 1996, instituiu a Fundação Darcy Ribeiro – FUNDAR. Entre seus projetos: a Universidade Aberta de Educação a Distância, a Escola Normal Superior para a formação universitária de professores do ensino fundamental e o projeto Caboclo, um plano alternativo para a ocupação da Amazônia
O sociólogo e antropólogo social Donald Pierson, natural de Indiana – EUA foi professor de Sociologia e Antropologia na ELSP; organizou e dirigiu o Departamento de Sociologia e Antropologia além de servir como reitor na Divisão de Pós-Graduação nas décadas de 40 e 50. Co-editou a Revista de Sociologia entre 1950 e 1957.
Rubens Borba de Moraes dirigia a Biblioteca Municipal (hoje, Biblioteca Monteiro Lobato), subordinada ao Departamento de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo, cujo diretor era Mário de Andrade.
Muitos outros personagens são lembrados entre professores, alunos, políticos, escritores, ou, simplesmente amigos da FESPSP; instituições nacionais e internacionais. Todos colaborando com a produção do conhecimento e formando pessoas competentes para conduzir o destino do país.

Referência:
KANTOR, Iris; MACIEL, Débora A.; SIMÕES, Julio Assis (Org.). A Escola Livre de Sociologia e Política: anos de formação 1933-1953: depoimentos. 2 ed. São Paulo: Editora Sociologia e Política, 2009. 292 p.

TENCA, Álvaro. Neo-liberalismo, educação e racionalização: a criação da Escola Livre de Sociologia e Política como prática política da grande indústria paulista nos anos 30. Disponível em: http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/educacao/article/viewFile/2419/2145. Acesso em: 18 maio 2010.